Semana 1 – Chegada e Primeiros Passos
Estamos encantadas com a diversidade de perspectivas sobre arquitetura portuguesa!
Arquitetura que reflete uma rica história, misturando tradições locais com influências internacionais, com igrejas monumentais como a Sé do Porto e o Mosteiro da Serra do Pilar em Gaia.
Os azulejos, símbolo icônico da arquitetura portuguesa, decoram fachadas e interiores, contando histórias em cores vibrantes como na Estação de São Bento e na Capela das Almas de Santa Catarina. Na arquitetura contemporânea, nomes como Álvaro Siza, Fernando Távora e Eduardo Souto de Moura se destacam, unindo simplicidade e integração com a paisagem combinando tradição, funcionalidade e inovação, encantando pelo equilíbrio entre passado e presente. A própria FAUP (Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto), projetada por Siza, é um exemplo emblemático.
Semana 2 – Rotina e Descobertas
Conhecemos e fizemos grandes amizades com os estudantes portugueses e internacionais, que enriquecem imensamente nosso aprendizado e tornam a experiência ainda mais especial. Os colegas portugueses são acolhedores, mas é interessante perceber as diferenças na linguagem e nos costumes. Palavras e expressões que usamos no Brasil muitas vezes têm significados diferentes aqui, e as nuances no sotaque português europeu ainda nos pegam de surpresa.
Aos poucos, estamos nos adaptando – o "autocarro" ao invés de "ônibus", o "pequeno-almoço" no lugar de "café da manhã", “é giro” e não “é legal”, já fazem parte do nosso dia a dia. O ritmo das conversas, nos obriga a ouvir com atenção redobrada, especialmente durante as aulas, que são espetaculares, uma didática diferente do Brasil, o que torna cada sessão uma oportunidade de crescimento. Essa troca cultural é tão rica quanto o conteúdo acadêmico, transformando nossa vivência no Porto em uma jornada de aprendizado e descobertas contínuas.
Semana 3 – Caminhadas e Conexões
A melhor maneira de conhecer o Porto é caminhando, permitindo descobrir a alma da cidade em seus detalhes. No caminho até a FAUP, muitas vezes descemos do autocarro antes e aproveitamos para explorar ruas diferentes e pequenas lojas tradicionais. Cada trajeto traz uma nova surpresa, um café charmoso escondido, um miradouro com vista para o Douro ou uma capela histórica no meio da cidade.
Em uma dessas caminhadas, nos aventuramos até o Jardim Botânico do Porto, um espaço tranquilo com trilhas encantadoras e árvores centenárias; visitamos o Planetário do Porto e, também, passamos por outros polos universitários, como a Faculdade de Ciências, Nutrição, Letras e notamos a diferença arquitetônica e cultural entre os edifícios. Alguns são modernistas, outros tradicionais, mas todos têm algo em comum: a energia vibrante dos estudantes que animam as redondezas. Cada caminhada nos ensina mais sobre a cidade e seus habitantes, transformando o trajeto até a FAUP em uma aula informal de história, cultura e convivência.
Semana 4 – Adaptadas e Encantadas
Agora, já nos sentimos mais integradas ao ritmo do Porto. As ruas, que antes eram um labirinto desconhecido, começam a se revelar familiares e acolhedoras. A FAUP exige bastante, mas cada desafio tem valido a pena. Nossa primeira apresentação individual foi sobre paisagismo, onde tivemos a oportunidade de apresentar projetos icônicos de arquitetos brasileiros como Rosa Kliass e Roberto Burle Marx. Foi incrível observar o interesse genuíno dos colegas e da professora, que fizeram perguntas sobre a influência desses profissionais na arquitetura paisagística brasileira.
“Este mês também foi marcado por momento de introspecção, a perda da minha mãe tornou a viagem e adaptação um pouco mais difícil, mas caminhar pelas ruas do Porto tem me ajudado a lidar com essa ausência. Descobri lugares como o Palácio de Cristal, onde a natureza e a serenidade são terapêuticas e tem sido uma forma de me reconectar” - Yedda.
Foi um mês intenso e inesquecível, repleto de vivências, experiências e sensações que vão muito além da sala de aula. O Porto já não é apenas uma cidade onde estamos temporariamente, ele está se tornando um espaço de aprendizagem, cura e inspiração que começamos, aos poucos, a chamar de casa.